Menino Danado**

A banhar na chuva vivia

Meu corpo magro, leve, esguio

Em tão eterno momento sagrado

Que a meu tempo devotava o frio.

Menino magrinho de olhos pretos

Pedaço de sonho, de querer-se assim

Tiquinho de timidez, pouquinho de encanto

Do que é infinito e se eterniza, enfim.

Menino traquino, pedaço danado

Vacante no mundo do além

A machucar as mãos, cortar os dedos

A viver preso tão como ninguém.

21/06/2007

Publicado no site da CBJE, na sessão Poetas da Vez, em 09/08/2007