Estações
O vazio perturbador da cidade
se funde ao meu interior.
Escuro e imenso,
meu medo me impede de seguir,
de sentir,
de ver,
e tocar,
qualquer humano que tente
ao menos me abraçar.
Acabei me tornando uma roseira
em tempos de chuva,
apenas caule e espinhos.
Em uma janela a olhar o céu,
procurando conforto
no silêncio oferecido pela noite
que preenche a rua do lado.
Imaginando se ao acordar
algum humano me regue
na tentativa de aflorar,
o que morreu
dizendo:
Uma nova primavera se inicia
por favor minha flor, sorria.