Estações

O vazio perturbador da cidade

se funde ao meu interior.

Escuro e imenso,

meu medo me impede de seguir,

de sentir,

de ver,

e tocar,

qualquer humano que tente

ao menos me abraçar.

Acabei me tornando uma roseira

em tempos de chuva,

apenas caule e espinhos.

Em uma janela a olhar o céu,

procurando conforto

no silêncio oferecido pela noite

que preenche a rua do lado.

Imaginando se ao acordar

algum humano me regue

na tentativa de aflorar,

o que morreu

dizendo:

Uma nova primavera se inicia

por favor minha flor, sorria.

Barbara Lourenço
Enviado por Barbara Lourenço em 06/06/2016
Código do texto: T5659175
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