Sem título

Talvez um dia eu saia daqui,

desse muro que revesti...

olhe para janela e contemple o abismo,

o sol que se levanta

e o tapa que me persegue.

Talvez a escolha não me seja dolorosa

e não se ponha a amargura

a desentender meu coração.

Compreendo suas vozes,

mas preferi me esconder,

nas ondas perdidas

que não me levaram a lugar nenhum.

Meu coração, estupefato, se endureceu

e uma áurea fria se dispersou

em um espectro do meu corpo

que andou por todas as direções,

sem nada específico para se ater.

E nem de escrever ou ler ou criar eu vivo,

apenas me afirmo vivo

e de destino caminho para um objetivo,

num futuro disperso que está bem ali,

mas não sei como alcançá-lo...

como largar meus vícios

e me lançar nos ventos eternos

das lutas intensas

pela liberdade de ser.

Eu sou o tempo e nada mais,

recomeço, novamente, tentando me aplicar.

Agarro-me as memórias e sofro com minhas feridas...

como dói estar vivo, sem contar nenhuma história.

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 06/06/2016
Código do texto: T5659531
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.