O Brinquedo que vinha no Doce.

Tem horas em que fico me lembrando

Sentindo uma imensa saudade

daqueles bons tempos da inocência

Coloridas peças de encaixe

o brinquedo que vinha no doce

desenhar a minha mãe com tinta guache,

A moeda que meu pai trouxe da rua,

Olhar as figuras nos livros

Sem saber o que é que estava escrito

Correr até ficar sem ar

Parava, dava uma respiradinha

E novamente estava pronto pra brincar

Brincando a gente se machucava

cortava o dedo e chorava

No outro dia, tudo havia passado

E meu medo era de coisas imaginárias

Hoje os cortes são bem mais profundos

Feridas, que apesar de imaginárias

No outro dia não passaram

Eu aprendi a ler o escrito

E não gosto das coisas que eu leio

O tempo da falta de inocência veio

As peças não parecem ser mais assim;

Tão coloridas

Meus medos são reais

Nada mais se encaixa

Edson Ricardo Paiva