Não tive oportunidade 
de lhe perdoar.
Abraçar-lhe 
com isenção e sem mágoas.
Você partiu.
E, depois morreu.
E deixou âncora enferrujando
no poço escuro 
do ressentimento.

Não trocamos 
olhares carinhosos.
Não nos reconhecemos 
nem humanos
e nem próximos.

Não nos conhecemos.
Olhamo-nos indiferentes
na trova poética da
tarde.

Não perdoei.
Não me perdoei.
Mas, é provável que nos
carreguemos
assim.
A contrabalancear os pesos
de nossas almas
na gangorra dos paradoxos.


Vá em paz.
Siga para onde haja luz.
Muita luz.
Onde haja afeto e compreensão.
E que nada do que senti
e sofri lhe atinja.
Vá em paz.
Hoje, amanhã e sempre.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/08/2016
Reeditado em 13/08/2016
Código do texto: T5727562
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