As danças no submarino amarelo

Parece que suas camisas pertence a outros cabides

o banco do lado, agora acolhe outros ombros

o conforto de um domingo de sofá, já não lhe agrada

achei que meus tornozelos surrados teriam companhia noturnas

choro pelo tal não aguentar as suas calorentas noitadas

Teus hemisférios são ácidos

seus olhos ainda rápidos

parece que o laranja da noite

não lhe faz parar mesmo

eu lhe imporei de joelhos

mas o que adianta, meu rutilismo pra você é sem graça

O carnê das nossas batalhas

a casa pré fabricada

sobra justo pra mim e pra mobília

fomos ultrapassadas

as promessas de castelo, onde criamos a realeza

um príncipe, e outro par de princesas

o que parece, pra você besteira

As danças no submarino amarelo

o que será dos nossos meninos da praia

e seus sons de estimação

fui vendo seus brancos fios de cabelo

O papel que um dia você assinou

numa simbiose de pálpebras

hoje virou outro que se torna divórcio

em meios há tantas papeladas

sardas, rugas e menopausa.

Douglas De Carvalho
Enviado por Douglas De Carvalho em 19/08/2016
Código do texto: T5733610
Classificação de conteúdo: seguro