Pilão
Todos os dias eu acordava
Pela a pancada
Das batidas no pilão
Era ainda de madrugada
E lá do meu quarto eu escutava
Quando tia Cezaria cantava
Repetindo a mesma canção
Oi pila...Oi pila...Oi pila...
Oi pila o milho pilão
Que é pra eu fazer o cuscuz
Pro quebra jejum do patrão
Era uma canção marcada
Pelas mãos de pilão
Comandadas por tia Cezaria
E tia Emília de Sebastião
Que eram as esposas dos vaqueiros
E agente chamava de tia
E ainda tomava bênção
Uma batia e cantava
E a outra repicava
Na borda do pilão
Em uma cadência ritmada
Com tamanha perfeição
Eita tempinho bom
Que não volta mais não
Nem que o mundo se acabe
E venha outra geração