AREIA DO TEMPO
Fiz-me areia em tuas mãos
Pra que nunca pudesses me manter presa.
O vento soprou em mim...
E nas geografias do mundo
Me deixaste cair
Por não querer assumir esses lampejos de vontade
Que te invade
E que nos torna propensos de desejo.
Tu te escondes numa desculpa circunstancial.
Eu me declaro sem medida e sem medo.
Preferes guardar
Do que doar
Algo que poderia ser sublime.
Não sei o que quer,
Se de fato quer ou finge.
E tudo me atinge
Com o impacto mortal de um talvez.
Por isso
Fiz-me areia do tempo
Lançada pelo vento
E a qualquer momento
Posso construir em mim
Um deserto.