AREIA DO TEMPO

Fiz-me areia em tuas mãos

Pra que nunca pudesses me manter presa.

O vento soprou em mim...

E nas geografias do mundo

Me deixaste cair

Por não querer assumir esses lampejos de vontade

Que te invade

E que nos torna propensos de desejo.

Tu te escondes numa desculpa circunstancial.

Eu me declaro sem medida e sem medo.

Preferes guardar

Do que doar

Algo que poderia ser sublime.

Não sei o que quer,

Se de fato quer ou finge.

E tudo me atinge

Com o impacto mortal de um talvez.

Por isso

Fiz-me areia do tempo

Lançada pelo vento

E a qualquer momento

Posso construir em mim

Um deserto.

Virgínia Moreno
Enviado por Virgínia Moreno em 02/12/2016
Código do texto: T5841927
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