Lembrança

O módico reduto lhe apetece

Extirpando o afã alheio.

A quieta casa lhe aquece

Desfazendo o tenaz anseio.

O espasmo de contentamento, surge,

Quando a tagarelice inicia.

Pelas risadas familiares, urge,

A desarmoniosa sinfonia.

Mas, mediante a tal ternura,

No âmago cresce-lhe uma fissura.

Pequenina e de breve estatura...

Suficiente para exalar amargura.

O flagelo daí deslancha,

Por que sua alma desmancha.

Porém, nunca perdura esta mudança:

O sorriso renasce como uma doce lembrança.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 18/01/2017
Código do texto: T5885403
Classificação de conteúdo: seguro