Lembrança
O módico reduto lhe apetece
Extirpando o afã alheio.
A quieta casa lhe aquece
Desfazendo o tenaz anseio.
O espasmo de contentamento, surge,
Quando a tagarelice inicia.
Pelas risadas familiares, urge,
A desarmoniosa sinfonia.
Mas, mediante a tal ternura,
No âmago cresce-lhe uma fissura.
Pequenina e de breve estatura...
Suficiente para exalar amargura.
O flagelo daí deslancha,
Por que sua alma desmancha.
Porém, nunca perdura esta mudança:
O sorriso renasce como uma doce lembrança.