Tempo de menino

Tempo de menino

Era tudo tão imenso

Às vezes lindo

Ora doído

Ainda lembro das peladas

onde todos eram bons

Até os pernas de pau

Jogavam bem

Pois eram dono do time

Ou da bola também

Das topadas

Que doíam tanto

Quanto os ralados do joelhos

Que viviam vermelhos

Vez pelo sangue

Ou mesmo pelo aquele maldito

Remédio que doía mais

Que a própria queda

Pra que mesmo aquilo servia ?

Saudades de tantas brincadeiras

Que hoje em dia eu

Olho pelas ruas

E não vejo nenhuma criança

À brincar eram tantas

Que num dia inteiro

Brincando de tudo que havia

Não daria conta de brincar

Era tantas brincadeiras

Que se passava o dia

aos gritos

Minha mãe

Dizia entram logo

Molecada senão

Às cintadas no lombo

Acabo logo com esses assanhos

Não existia muita maldade

Pois acreditávamos em tudo

Que mundo acabara em qualquer data

Ou qualquer asneiras

Que se narrava

Até que são Jorge e o Dragão

Eram aquela sombra da lua

Eram tão puros

Que pulavamos cordas

Meninos e meninas

Nas bagunça

Se misturava

Até parecia à mesma molecada

Pois senão tivesse de vestidos de chita estampados

Ninguém sabia

Quem era zé ou aninha

Eram bons tempos

Dava pra comer

Todo tipo de porcaria

Tinha doce Pra todos

Os gostos

Não se falava de alergias

Era Maria mole

Pirulitos de açúcar

Queimados

Taboca

Cavacos

Pastéis

Queijadas

Algodão doce com

Tanto corante

Que os dedos denunciavam

Aquele sabor

Que você comia

Tinha guaraná gelado

Até mesmo refresco de pozinho

Que hoje dizem ser porcaria

Todo mundo tomava

Daquele mal não lembro

Quem morria

Era muita coisa

À molecada não tinha relógios

Mais sabia à hora da alegria

Pois quando vinham

Os vendedores de qualquer

Que fosse às porcarias

Eram um corre corre

Nem sabia-se direito o que era

Mais todo mundo queria

Única coisa que se odiava

Era banho à qualquer hora do dia

Todos sabem que acaba à fulia

Ou de tirar fotos

Naqueles cavalos de madeira

Que coisa estranha

Naquela época era mania

Se tu escapasse dele

Tinha certeza que à foto

Na televisão

Tu não escaparia

Que saudades do meu

Tempo de menino

Eramos feliz e não sabia !

Tudo era festa

Tudo era lindo

Era descoberta

Desse mundo louco

Que aos poucos

Nossa inocência engolia

Pelo caminho às brincadeiras

Foram ficando

E até hoje tenho saudades

Daqueles amigos

Das brincadeiras

Das algazarras

Das porcarias

Que saudades do tempo de menino...

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 02/03/2017
Reeditado em 09/04/2017
Código do texto: T5928632
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