A Busca
Tento encontrar um sentimento que apazigúe
o coração.
Saio a vagar com o intuito de apalpar alguma
coisa em que me apóie uma emoção.
Um suporte para o espírito é tudo de que
preciso.
O tempo flui célere como as asas de um colibri.
Não vejo, porém, apontar no horizonte da vida
nem os contornos da essência almejada. É um objeto
amorfo que tanto desejo.
É preciso uma matéria imponderável, sem forma e
sem cor para preencher o vácuo que me
consome. É grande esse clamor. Quero moldar um
novo espectro de vida que me traga a saída dessa
existência sofrida.
Assim, serei essencialmente completo. O coração,
então, poderá encontrar a quietude que o espírito,
em gritos, tanto reclama.