VINHO

Eu e o vinho,

o vinho e eu.

Eu tão sozinho,

sozinho, eu.

Embebedar-se

sozinho

Embriagar-se

de vinho.

Sorver o licor

da vida.

Chorar de amor

na partida.

Beber, num gole,

o soro.

Ah, coração mole,

o choro!

A mesa no canto,

vazia,

Molhada de pranto,

Maria.

O espírito descansado,

liberto,

O vinho aventurado,

descoberto.

Querer subir

ao céu

E, afinal, explodir,

ao léu.

Colocar na taça

a dose

E achar graça

da cirrose!