Pedacinho de céu
Quanta saudade de teu riso
e da tua voz criança
chamando: “tio Bergue”!
Ah! Tê-la aqui a me fazer pequeno!
Voltar à infância me prestaria,
como sempre faço
quando contigo estou.
(Sem você) Os meus dias são tão longos,
mesmo em tão poucas horas...
É que a ânsia de estar contigo
(levá-la à pracinha de Uruará;
pô-la no mundo da fantasia;
fazê-la deslizar no escorregador de sonhos;
vê-la flutuar naquele balanço vermelho),
faz-me maior que minha paciência.
Queria estar perto de ti
meu pedacinho de céu de três anos
para ouvir a suavidade da inocência criança
fazendo-se voz pela tua boca.
A expressão máxima do mundo,
sem dor ou maldade, vejo em teus olhos,
mas sou eu que carrego
a dor da saudade que existe em mim.
30 de junho de 2007