Aos Céus...
Não há desejo mais insuportável,
A não ser realizado,
Do que àquele que antes não existia.
Que não te ocupava as noites,
Ou, ao menos, cogitaria!
Misto de ansiedade e ausência,
Silêncio e vazio.
Uma esperança fria e distante,
Como um poço escuro e profundo.
Que lugar é esse?
Não preenchido e árido?
Para quem sonha o céu está lá!
Mas, e quando o céu não responde mais, ao nosso silêncio?
E teus pensamentos ecoam ensurdecedores, a cada onda ao luar?
Sentada sobre a areia: úmida, fria e insensível; ao que sinto,
Observo...
Eles chegam e vão.
E a brisa morna,
Do vento com perfume de terra molhada, passou...
A igreja de São Pedro, iluminada, anuncia que o período é de festejos.
Mas, também, das despedidas caladas e amenas...
Eles chegam e partem, um a um!
E eu aqui.
Observando-os brilhantes sob o prateado luar, vazia...
Da noite de outono inodora,
Sentada sob esta areia úmida e fria.