A casa era tão grande
Quanto o coração do meu pai
Que nunca nos negava nada
E o útero da minha mãe
Que me deu tantos irmãos.
O Mundo levou uma boa parte deles
E a Morte ceifou o resto.
Sobraram os livros nas prateleiras,
As velhas louças na cristaleira,
Os bibelôs na penteadeira,
Os retratos nas paredes
E os fantasmas indo e vindo pelos corredores.
É com eles que eu sento para tomar o chá da tarde
Ouvindo uma valsa de Mozart.