O BARCO PARTIU E EU FIQUEI...

O barco partiu e eu fiquei no cais,

Triste por não ter ido no barco,

Levando as minhas saudades,

Que me deixaram em metades.

Metades de todo o meu único ser,

Que já não sei se sou eu ou outro,

Tamanho é o meu maldito sofrer,

Que me causa um pranto absurdo.

Absurdo é tudo que me prejudica,

Neste meu curto viver, sem ética,

Dos males que germinam a esmo,

E fazem de mim simples boneco.

Boneco em que jamais me revejo,

Nem a ninguém tão pouco desejo,

Tal é o sofrimento atroz, sem cura,

Que se perde tudo e nada perdura.

Perdura no pouco tempo que resta,

O melhor se perdeu, já não presta,

O que fica é menos do que queria,

Melhor e mais é tudo que merecia.

Ruy Serrano - 15.09.2017

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 15/09/2017
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