Sau(vai)dade

Não esqueço aqueles que amei.

Pessoas com quem dormi e me deliciei...

Por todas me apaixonei

Pois em todas elas, amor encontrei.

Umas um pouco frias, distantes e calculistas

Na racionalidade cientificista

Mas numa oratória que encanta o ouvido niilista.

Não esqueço os diferentes perfumes, os cheiros

Aqueles que se entregaram por inteiro

E outros que nem se quer tinham o lado faceiro

Alguns apaixonados pelo Alberto Caeiro.

Umas que comigo beberam vinho e riram

Outras que, depois que provaram, insistiram

Umas que nem lembraram e saíram.

De todas me recordo e sinto saudades

Por pura e mais desdenhosa vaidade

Dos momentos que vivi na mocidade

Do pouco medo que tinha da promiscuidade.

Ama-los-ei, ame-os: aqueles que passam.

Se não te tocam, te notam

Portanto, amei na mesma intensidade que brotam

Que surgem na sua vida e a lotam.

Não tenhas medo de que seja mentira,

Podem ser sinceros ou provocarem tua ira,

Mas todos te farão sentir, de maneira que suspira.

Sentir a falta do que foi, é a prova de que passou

E se passou, é porque viveu, se afogou

E inundastes teu ego no mais lindo flow

Daquele que a vida não fechou, aberto estou.

A diversidade dermatológica, o beijo não provado

Uns que te dedicam um rock e o outro um presente embrulhado

Não importa que forma tenha levado

O que importa é terem se unificado.

Vai sentindo saudade, pois não os esqueço

E se por um acaso, o eterno chegar, porque mereço

Sei que ainda sim, sentirei falta no começo

De conhecer aquilo de outrem e virar-me pelo avesso.

Nanda Martinez
Enviado por Nanda Martinez em 26/10/2017
Código do texto: T6153337
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