Meu sertão acabou

Quisera ouvir neste instante

De cima da cachoeira o som do berrante

Sentir o cheiro do capim orvalhado misturado ao café

De longe a orquestra de pássaros das velhas manhãs

Cadê o velho carro de boi

Trotar dos cavalos em meio o pó

O sol amoitado na serra

Aquarela mais que perfeita do criador

Onde ficaram as festas juninas, foguetes, pipoca,

Bolo de milho, beijinho, doce de leite, quentão

A correria da molecada, guingorraia, bolinha de gude

Como era doce meu querido sertão

Diz o ditado que o velho esta no novo, é progresso

O sertão era colorido, da cor da terra, do mato, da estação

Estava dentro da poesia que alegria, a novidade esta morta

Meu sertão não tem vida, amarga miragem, alucinação

Lamuria ou choro tristonho

Onde estão os colonos,

Pequenos lotes, o pasto tomou

Oh boi espantou!

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 06/02/2018
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