Aguas Noturnas

Nessas horas de aguas noturnas

Deslizando na vidraça fria

Vai surgindo como alma nua

No vazio etéreo da melodia

Lembranças da imagem tua

Nessas horas de aguas noturnas

Quando um vento assopra do norte

E de alegria faz sorrir uma flor

No deserto árido da boa sorte

Some no oásis a miragem da dor

Nessas horas de aguas noturnas

Como teatro liquido cristalino

Segredos escorrem pelo chão

Torrentes da alma em desatino

Borbulham coisas do coração

Nessas horas de aguas noturnas

Na lentidão do tempo que corrói

Como o híbrido passado da ironia

Fala mais alto o bem que não dói

Despedindo da noite um novo dia

celso Freitas
Enviado por celso Freitas em 19/02/2018
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