Encontro inusitado

Do silêncio embutido

Em aconchegos da noite submersa

Em saudades solitárias

Em memórias latejantes

Deixo cair nítidas lembranças

Enquanto la fora numa rua distante

Sem gente e sem lua

Ouço um ruído rouco estridente

De um carro ignorado

Lançando no ar um rastro místico

Ecos fragmentados

Na poeira passageira

Flutuando no silêncio

Aquele mesmo silêncio

E talvez a mesma esquina

Que num passado remoto

Assistiu o encontro inusitado

O drama de dois olhares cruzados

Num lapso de tempo entrelaçados

Por um isntante de magia

Seguido de uma despedida

Não programada

Com uma cor pálida de esperança

Sem qualquer palavra

Sem qualquer toque

Somente um sorriso

E apenas um olhar

Um olhar eterno

Um olhar sofrido

Perdido

celso Freitas
Enviado por celso Freitas em 26/02/2018
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