EXPIAÇÃO

A tarde lenta se arrasta pra noite

Madrugada chegará igual doída

No coração a agonia do açoite

Na triste alma dilacera a ferida

Tal artista no palco todo o tempo

Mostrando alegria a muito banida

Tenta digerir qualquer contratempo

Maquiando-se sagaz e atrevida

Cativo nas feridas de minh’alma

Receando os vis espinhos das rosas

O meu peito abafa e finge essa calma

Sentindo o toque de asas majestosas

Mas, não quero despertar piedade

Castigo cruel! Por que ser assim?

Não percebe o alarido da verdade

Ah! Como fazer-te entender enfim?