O QUE DIZER DA SAUDADE!?

Saudade, ó, saudade!
O que dizer de ti;
Se ora és tão concreta,
E ora tão abstrata, 
Quando passa no meu peito,
Rasgando o novo desfeito,
E o passado maculado!?
 
Ó saudade, te sinto tão bela,
Tal qual aquarela,
Quando sorri para mim...
Sou livre pássaro mandarim,
Tenho no peito o ar da graça,
E na cabeça, egretes,
De fértil beleza garça!
 
Ó saudade, tu és tão ingrata,
Se fazes de um belo sentir,
Frívolos momentos,
E do amor; reles sentimento,
Quando machuca um coração,
Que apenas quis amar,
E aproximar o juramento!
 
Tu és a saudade,
Que em flor desabrochou,
Ou colheita que não vingou,
Em crispação crescente,
Dorido brado latente,
De um coração carente,
Pronto pra se entregar!
 
Tu és a saudade,
Que mora em meu peito,
E meio sem jeito,
Quer apenas te amar!
 
Ahhh... Saudades!



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