Correndo pelas sombras e sem capas

Do início ao calço do final

somos quase sempre tão bons

completos dos pés ao coração

mas nem sempre, nem quase sempre

como um punhado de flores

cores, cores e cores

se embaralhando

perdendo o sentido

indiferente aos sentidos

determinados, determinando as rotas

marcando os passos de trás para frente

nunca o contrário

saímos na frente, tão lá no alto

a pausa é para o ar se comportar

nadando distante de águas calmas

é evidente a garra por tarefas maiores

tudo é tão pequeno com a chuva

espetando os dedos devagar

feito choro de bebê

entorpecendo as tardes

a fumaça dos cigarros

o cobertor dos cafés

quase sempre em silêncio

ilumidado pelo cinza da vida

dos dias claros de inverno

duas ou três palavras doídas bastam

toda a explosão se propagando

em rolos de sorrisos

essa admiração pragmática

de quem ama só de olhar

Marcelo Teixeira
Enviado por Marcelo Teixeira em 07/08/2018
Reeditado em 03/09/2018
Código do texto: T6412174
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