Dentro de mim

A saudade é capaz de separar dois corações

Arranco-me em pedaços dilacerados de dor

É a falta que toma todo o meu peito de ti

Ainda que esteja consciente

De que não possa pedir

Que volte para me fazer feliz e estar aqui

Meus ombros sentem o peso

Que é estar longe da sua leveza cotidiana

O não suprir do desejo me faz querer pensar

Que a vida é um vazio imensurável

A qual não me permite mais amar

Consigo tocar o que bem vejo, o que consome

Alcanço prateleiras que pertencem ao seu nome

Rasgado, digitado, criptografado

De lembranças memoráveis

Nas caixas jogadas pela estupidez humana

Meus olhos ardem pelo sentimento nobre

Já não quero mais estar ou ter de pertencer

Já não clamo mais por solidão ou por razão

Ou ser tudo que nada fui

Já não quero falar ou mesmo gritar

Seria preciso você para me fazer querer ficar

Perto das minhas mãos a esbarrar

A graça despida de mera farsa

Em qualquer canto de estultice a se esculpir

O meu amor se chama você

Por onde anda a minha saudade

Se não deixa de existir?

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 11/09/2018
Reeditado em 18/05/2019
Código do texto: T6445176
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