O vento a rotina e a sina

Minha rotina de quem mais diga

Não é lá das mais sofridas

Não arranco capim com a mão

Não tenho palha para queimar

Minha rotina que é de fina

Fina de tempo e de carícias

Minha rotina que não é só minha

É também da dona Maria

Desde que voltei pro meu chão

Plantei uma plantação

No inverno ou verão

Estou em toda estação

Minha rotina

de moço da cidade

É a mais covarde e cruel

Só cheiro de poluição

E cigarro de papel

A rotina que é minha

É lá dos recantos da Paraíba

Espero que os ventos levem esse meu apelo

Aos chamegos de outro amor

Pois minha rotina

É a sina

de querer estar

Onde não estou.