PARA O POETA NO EXÍLIO

Enquanto a terra dorme

Metralhada de dor,

As aves do céu

A cobrem de zelo

Com cuidados de mãe.

Com lençóis prateados

E beijos molhados,

Refrescam de amores

As folhas das gentis palmeiras,

Que o poeta viu,

Quando buscou o céu.

E elas...

Num sorriso de folhas,

Balouçando ao vento,

Amigas, tão servis,

Irmãs do Universo,

Ensinaram ternuras

À alma exilada

Do poeta cativo,

Num vaso de luz.

Luzia Câmara Ozarias
Enviado por Luzia Câmara Ozarias em 14/09/2007
Código do texto: T652619