PARA O POETA NO EXÍLIO
Enquanto a terra dorme
Metralhada de dor,
As aves do céu
A cobrem de zelo
Com cuidados de mãe.
Com lençóis prateados
E beijos molhados,
Refrescam de amores
As folhas das gentis palmeiras,
Que o poeta viu,
Quando buscou o céu.
E elas...
Num sorriso de folhas,
Balouçando ao vento,
Amigas, tão servis,
Irmãs do Universo,
Ensinaram ternuras
À alma exilada
Do poeta cativo,
Num vaso de luz.