Oceano
Os teus olhos verdes
Fundem-se nos meus
Sem entrelinhas, com a perspicácia do detalhe…
As palavras estão no seu manto que se assemelha a um oceano imenso que nos une…
Incenso que nos consome o momento pausadamente no pormenor da angústia hoje apagada do tempo.
Tempo que se assemelha a uma tempestade que se foi
Mesmo que chova meu amor…
Mesmo que chova uma vida inteira…O sol iluminou a alma
Até nos arraiais mais pobres…
Passei fome da tua carne
Sede da tua boca
Frio da saudade dos teus braços
Mórbidas as noites sem abrigo.
Mas hoje,
Os teus olhos são verdes
Tão verdes quanto o meu olhar quando te vê…
E os meus…Não passam de reflexo dos teus
São um espelho da tua agonia quando tu não estás
São lágrimas quando me largas as mãos, e eu não os vejo
São tristeza quando não se fundem nos meus…
Os nossos olhos são a foz de um rio
Porque desaguam no mesmo lugar
Se desfazem e entrelaçam num só
Sem detalhes
Nas profundezas do oceano do coração...