Oceano

Os teus olhos verdes

Fundem-se nos meus

Sem entrelinhas, com a perspicácia do detalhe…

As palavras estão no seu manto que se assemelha a um oceano imenso que nos une…

Incenso que nos consome o momento pausadamente no pormenor da angústia hoje apagada do tempo.

Tempo que se assemelha a uma tempestade que se foi

Mesmo que chova meu amor…

Mesmo que chova uma vida inteira…O sol iluminou a alma

Até nos arraiais mais pobres…

Passei fome da tua carne

Sede da tua boca

Frio da saudade dos teus braços

Mórbidas as noites sem abrigo.

Mas hoje,

Os teus olhos são verdes

Tão verdes quanto o meu olhar quando te vê…

E os meus…Não passam de reflexo dos teus

São um espelho da tua agonia quando tu não estás

São lágrimas quando me largas as mãos, e eu não os vejo

São tristeza quando não se fundem nos meus…

Os nossos olhos são a foz de um rio

Porque desaguam no mesmo lugar

Se desfazem e entrelaçam num só

Sem detalhes

Nas profundezas do oceano do coração...

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 30/10/2005
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