De ausência

A vontade bem que podia ficar

A meio metro de lonjura,

Pelo menos por uma hora em cada dia.

Já pensou?

Podendo dar um beijo

A muitos quilômetros de distância?

Ou curtindo o abraço de quem não se vê.

O mais próximo disso são as palavras,

Mas que nem sempre tem o peso do ato,

Isso nos torna refém da ótica de lá

Que não é a real,

Assim como não é também a daqui.

Então, vamos assim mesmo.

Matando nossas saudades

Encurtando nossa ausência

Com as pobres e imperfeitas palavras.

Ibnéias Costa da Silva, em 16/09/2007.