A visita da saudade

Escolhi habitar a escuridão para não te ver maltratada.

O que o coração pode sentir, é necessário ver...

por isso, por isso!

Me perdi porque nunca quis encontrar-me.

Foi melhor assim.

Beija-me então,

Faz-me chorar sem solidão, mas me faz, assim do teu jeito.

Por favor!

Cansei de usar tua pele. Surrei a minha.

Advinha quem mais amo hoje

depois de você?

Nós.

Dê-me licença, a saudade chegou.

Tenho que ir até a porta recebê-la.

Hoje é domingo e ela gosta de vir ouvir tango

na sala de minha alma.

Há um vinho à minha espera.

Dar-lhe-ei a maior porção dele...

quero-a bem-falante...

só assim enxergarei as multidões.

Poema inédito (10/02/2019)

Paulino Vergetti