SENHORA
Senhora, o que queres de mim?
Meus sonhos, alegrias e fantasias?
Meus pesadelos, angústias e assombros?
Levar para si minhas horas, meus dias,
Fazer de mim um de seus contos?
Quer enfeitiçar-me com suas rimas?
Quer embriagar-me em seus versos?
Quer sugar-me toda melodia,
E deixar-me viver de seus restos?
Restos de estranha melancolia
Frases que os corações não se embriagam
Não se faz mais a “poesia”
Que suspiros das donzelas retiravam
Que tão inocente as deixavam vívidas.