DE QUERER VÊ-LA
Às vezes, eu quero vê-la
tanto e de tal maneira,
que chega a vista escurece,
até parece cegueira.
Até parece o clarão
que estabelece a fronteira
entre a segunda e a primeira
luz de quando amanhece,
que compromete a visão,
como a explosão de uma estrela.
E a escuridão que carrego,
a ela devo e não nego.
E que me chamem de cego:
mais cego é quem não quer vê-la.