Quando o muro era baixo
a gente pichava
o mais alto que podia
quando conseguia
fazer poesia
e riscava as calçadas
andando de carrinho de rolimã
quando o muro era baixo
a gente invadia
e roubava todo tipo de fruta
pra comer
e volta e meia
tinha de se defender
de uma peça
feita com vareta
de medir o nível de óleo
dentro de um motor
o mundo era duvidoso
inocente e culpado
e quando chegava o fim de semana
quem tinha uma bicicleta
e uma lona
podia acampar
e nadar com a mina