Memória viva (de um amor que nunca se foi)
 
Curitiba, 22 de abril de 2016.

Nunca pensei que um dia você seria só uma lembrança na minha vida.
Uma memória viva.
Como um intervalo pontilhado com grafite esfumaçado.
Ainda vive.
Ainda se alinha aos meus batimentos cardíacos.
Ainda não me faz indiferente.
Pensar que parecia eterno, que você estaria sempre aqui como o sol, que a saudade teria prazo para acabar.
Nessas voltas do coração, o que sobrou de você foi o sonho que hoje é uma criança frágil e febril, uma vida lutando para ser o que é sem ter pelo menos uma garantia de que valha a pena tanto empenho.
Eis que sim, se parar para pensar que se valeu a pena quando aqui esteve, pode ser uma agradável menção.
Pode não ter sido para sempre.
Há de ser melhor daqui para frente.
Alto e avante que o sonho importa mais.
E eu te levo no peito.
Respiro-te.
Honro-te.
Não há ninguém que possa ocupar seu bendito lugar.
Seria traição acreditar que outro igual virá.
Estou incerta quanto a esquecer.
Não parece justo, só demonstra facilidade em fingir.
Não assegura a devolução da alegria embasbacada.
Nada mais, nada que mereça ênfase ou ânimos acalorados a retrucar.
Nada que caiba nesse contexto.
Não sei.
Ainda dói quando penso, não deixa de ser recente.
Dói porque não devia ter sido assim.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 14/05/2019
Reeditado em 08/04/2020
Código do texto: T6646962
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