SAUDADE

Saudade a gente sente,

Mas ninguém a define.

Ela acerta bem na alma

E ao coração reprime.

Traz uma dor pro peito

Que nos pega bem de jeito,

E, sem entender direito,

A gente vai definhando,

O corpo vai reclamando

E a mente vai divagando.

Saudade é mesmo uma coisa

Que não tem gosto nem cheiro.

Que ao toque não se permite

Nem um só abraço admite.

Porém, ela envolve a gente,

Tão forte e tão de repente,

Que, quando a gente pressente,

Ela já está instalada,

No peito tão alojada,

Que o que podemos fazer

É aceitar e entender

Que essa saudade insana

Só sente mesmo quem ama

E ama sem ter por quê.

Nara Minervino
Enviado por Nara Minervino em 04/10/2019
Reeditado em 04/10/2019
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