Intransitivo

Sabe, eu esperei durante muito tempo pra soltar uma gota de lágrima novamente.

E quando eu soltei, pensei, brevemente pensei que eu não era tão bobo assim... as lágrimas que desciam com a melodia da música, pareciam, assim brevemente falando, que tinham uma grande pitada de nostalgia. Mas, nossa... não era.

Quando a gente chegou ao fim eu fiquei me fazendo de forte; não chorava, não queria saber do teu nome. Mas teu nome me lembrava um possível grande amor que eu obviamente perdia. Perdia porque eu tinha sido mau, um pouquinho, talvez, cruel.

Mas você era grande em mim, e cresceu como um quadro gigantesco dos nossos dias.

Dias tão grandes, tão gostosos que eu tenho medo de um dia querer manchar de uma cor escurecida e morta.

Eu tenho tanto medo que tenho medo de torna-los feios e rabiscados...

Mas eu sei, eu sei que eu não posso, por birra e azar não colorir esses dias... eu preciso colorir meu caminho; e os seus dentes separados e bracos irão me dizer que aquele prato que eu fiz estava tão gostoso, menina.

Mas se eu choro eu sou fraco, e se eu sou fraco não mereço minhas lágrimas.

E nesse mar tão raso dos meus medos, enfatizo, junto com a cor dos teus olhos: O amanhecer há de ser sempre, terminantemente amarelado... como aquele pôr do sol, aquele escuro em que eu disse:

Namora comigo?