ROSTO METROVIÁRIO

Era uma manhã fria, glacial.

Entro no metrô, assim me protejo.

olho, sem ver, rosto angelical

que me conhece o que desconheço

Era uma manhã irreconhecível.

Meu olhar perdido e de saudade,

Pois o seu, já observava invencível

que me pertenceu em alguma idade.

Cruzei, certamente, com sua imagem.

Lembro em algum caminho do tempo;

sem ter seu nome, só a intimidade,

onde me traz de volta os bons ventos.

Como consegui esquecer seu nome?

Rosto familiar e solidário;

é quase esquecer que se tem fome.

Agora tão meu e metrôviário.

Um rosto assim, perfeito, sem dor;

como todas as belas lembranças.

Rosto guardado dentro metrô,

perdido na alma e minhas andanças.

Naldo Coutinho
Enviado por Naldo Coutinho em 06/11/2005
Reeditado em 12/09/2006
Código do texto: T68109