sigo
Hoje eu sangro
sigo, sangrando
segurando o choro,
segurando suas lembranças
sigo, sentindo medo
medo de esquecer tudo que eu vivi
medo de esquecer aquele frio na espinha
medo, de nunca mais te ver
é estranho, querer você longe
e mais perto ainda
mudo de ideia em milésimos de um segundo
penso, penso e não esqueço
você chegando com aquela meia branca
lembro do seu cheiro
do cheiro
sigo, sentindo
sentido meu coração sair pela boca
o estômago revirando
a cabeça uma confusão
uma multidão de coisa sem sentido
uma constante ilusão
de achar que não vai demorar pra te ver de novo
sigo, mentindo
mentindo pra mim mesma
mentindo sobre você
eu sei, você não quis
mas sei, que quer
você é turbilhão
confusão
me confunde num sorriso inocente
vira tudo em mim
chuta a porta
puxa a cadeira e não vai embora
sigo, pro Rio sem fim
sigo, pra mim
sigo, na busca do seu olhar na próxima esquina
sigo, pensando no seu nome
sigo, escutando aquela música
sigo, sigo, sigo
em pedaços, em carne
aos prantos.