ausência sólida

minha falta de letras

ou sonetos

é sua ausência

solidificada misturada

com as minha lágrimas

matinais,

hoje a hora que eu durmo

é a hora que eu acordaria

numa vida normal,

numa vida não minha,

que é tão minha

que está cravada em minha pele.

eu carrego essa marca,

como quem carrega a sua

criança no colo ou nas costas.

eu me carrego para passar por

você e não me machucar.

mas carrego sua carga

e seu cacos, eles me rasgam,

me mutilam e me matam a cada

dia, eu que ainda existo e

vivo tomando minha

xícara de café amargo que

nem seu beijo de despedida.

ah, o beijo de despedida não existiu

mas acho que isso machuca mais

que a sua ausência sólida que está

elevada ao cubo da hipotenusa da sua alma,

saudade da sua calma e da sua cama.

Alipia Mttss
Enviado por Alipia Mttss em 27/12/2019
Reeditado em 27/12/2019
Código do texto: T6828257
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