NUVEM DOURADA

(À minha querida esposa, Ionilda)

Um manto de anil desdobrado no céu

Na cálida tarde inundada de sol

O chão de damasco encoberto num véu

Qual tapete de luxo e fineza mongol...

E o céu que está claro, de azul se tingiu

E o vento nos trouxe dourada poeira

Que em nuvem se forma, de mim a fugir

No céu que resplende em tarde fagueira!

Nuvem dourada! Dourada quimera!

Desfeita em fumaça que vai-se rodando

Nuvem dourada! Dourada saudade!

Nos ares correndo, na vida matando...!

Nuvem dourada que foges risonha

No rubro horizonte da ilusão,

Nuvem dourada, que corres tristonha

Levando os meus sonhos que lá se vão...

(Rio Grande-RS, 1944)

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 20/03/2020
Código do texto: T6892388
Classificação de conteúdo: seguro