CARTA PARA HELENA

Minhas palavras sinceras

São um poço de castigo

É uma fruta que dilacera

O incrédulo em alarido

As falacias me rodeiam

Afrontam minha razão

Como palavras rebeldes

Lançadas ao duro sermão

Meu peito é abrigo

De uma amarga partitura

Um canto que é perpétuo

Na avenida da paura

Calma Helena

Cisma da minha alma

Querubim do meu arranjo

Gracejo d'alma

Calma Helena

Sinto falta dos bugachos*

Que propusera a mim mesmo

O sobejo dos seus cachos

Calma Helena,

Sinto lhe o que vou dizer

A tolice me venceu

O meu medo de morrer

Que saudade Helena

Ja dizia um dito antigo

"Aquele que diz verdade,

não merece castigo".

Eu entrei em paranoia

Matei minha filosofia

Estava em metanoia

Hoje brado a alforria

De quem antes sorria

A vaga ingenuidade

Chorei a prisão caótica

Pela podre humanidade

Hoje Helena

Sob pena

De um sentimento

De lamentação

No cemitério

De Madalena

Chora rosas

De um perdão em vão.

* Bugacho= Pequeno Novelo, situação embaraçosa.

Luiz Jordão
Enviado por Luiz Jordão em 10/05/2020
Código do texto: T6943549
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