No teu jardim

No teu jardim

No meu silêncio cheio de nada

Oiço o que a tua boca cala

Mas o teu corpo grita...

Dos teus dedos pinga o mel

Que eu não colho!

E a vertigem nua,

Ceifada na minha intimidade,

Se vestiu de prazer

Em outras entranhas...

No teu jardim, a brisa corre,

Arrepia as minhas pétalas

De flor singela...

Mas só a flor repleta de néctar

Atrai o sol

E as borboletas que te nascem nos lábios

No canteiro que mais cuidas!

Ela estremecerá sob as tuas mãos

E, na suavidade do arco-íris,

Aspirarás o exotismo da sua voz...

Nas minhas pétalas selvagens

O pudor desenhou um não...

Veio o vento...

Veio a chuva,

Desfolhou-me!

No espaço do teu jardim a noite caiu,

Definitivamente!...

goretidias
Enviado por goretidias em 16/10/2007
Código do texto: T696716