Naná

Triste fim de tarde chuvosa, Junho de 2003,
Atravessavas a avenida e fostes colhidas pelo automóvel que a jogou na dura e concreta calçada fria,
Lançada ao léu feito molambo, tornastes mas uma vítima das estatísticas de trânsito ;
Saías involuntariamente da vida, abruptamente.
Esse acontecimento me tirou de tempo; o automóvel lhe arrancou do tempo;
Fostes tão de súbito que ainda hoje custo a acreditar nesta dura realidade.
Como te amava, dava a minha vida para vê-la com vida;
Mas a realidade é concreta como uma parede;
Ah ! Se eu fosse Deus e pudesse trazê-la de volta;
Como foi difícil assimilar esse acontecimento.
Ele não sai de mim, marcou a minha vida.
Triste é acordar, ver o sol nascer pra mim e não pra você.
Penso em sua face cândida de anjo, seu olhar triste, seus cabelos lisos , corpinho franzino, tez alva, a sua fragilidade e doçura;
Naná como sua passagem nos chocou!
Não dá pra ficar rebuscando palavras para descrever essa terrível fatalidade;
A dor é profunda e a saudade angustiante;
Um vazio eterno que só o tempo cicatrizará, será?
Outro dia senti uma suave fragrância de  jasmim que veio com a brisa da madrugada, senti a tua presença: tive medo, confesso: absorto relaxei pois a energia que rondava o ar era pura como foras em vida.

 
Labareda
Enviado por Labareda em 17/10/2007
Reeditado em 15/06/2014
Código do texto: T698578
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