Manto

Deixo escorrer os olhos pelo tempo...

Revivo emoções...

Inundam-me a alma em voo livre,

Evaporam-se-me na pele!

Aspiro os resíduos sólidos,

Pedaços de ti,

Devaneios colhidos numa Primavera serôdia!

Voo na tua ausência

Em crepúsculos atrasados...

Por instantes,

Devaneios estonteantes

Acariciam-me o rosto.

A brisa dos sentimentos

Lança-me no rosto

O aroma da tua presença...

Mas a corrente das sensações

Afoga o coração,

Destrói os diques do amor,

Arrasta a afronta e o despeito,

Trespassa-me a alma,

Salta a colina da paz,

E desce aos vales da dor!...

E não há fantasia,

Arrepio

Ou suspiro

Que desagúe na minha noite

Vazia de coxas perfumadas de maresia!

E o meu querer veste-se de vulnerabilidade!

Nua, perante a tua noite,

Deixo cair sobre mim

O manto vago do fim!

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goretidias
Enviado por goretidias em 18/10/2007
Código do texto: T699974