O que ficou

As tuas palavras são as minhas... Mesmo quando estas nada dizem!

São fruto do teu silêncio e do meu, quando este se encontra naquele vácuo a que chamámos um dia o nosso mundo.

Que mundo esse...Mundo ora absurdo ora divino, feito dos segredos e essência da nossa existência.

Mundo este que hoje já nada nos diz...

Sobram os restos, as mortalhas, os remendos, sobram no canto das mãos, nos subúrbios da alma, nas traves do nada.

É este pedaço que me encerra os olhos, e os cobrem de tudo, de marcas temporais que se esbatem cada vez mais.

Trapos que me deixam como um sem abrigo, perdido e só, com fome e sede, com frio…Tanto frio, tão farta deste nada, deste silêncio.. E tão cheia de saudade!

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 11/11/2005
Código do texto: T70011