Revivendo

Meus olhos tentam fugir,
ao menos um leve colapso de fuga, 
para não se afogarem na saudade
despejada em lágrimas,
sob os despojos das lembranças.
Mas a viagem segue inevitável,
já em noite altaneira.
Pelas vielas o reencontro.
São duas contas negras, firmes
que não almejam repetir o adeus,
não querem se negar;
integram-se, pertencem,
fazem-se obsequiadas, pertencidas, livres.
Somos o amor,
mas, loucos indefinidos,
que o pensamento corta, sem que,
sem que o adeus, o balanço do lenço branco
solto no espaço, não fosse visto.
Veio a penumbra, tropecei no orgulho,
profanei a noite; foi choro sem barulho.
E sem que o tempo percebesse,
apenas eu percebia que apesar de tudo,
mesmo sem querer era gente;
gente para carregar o fardo,
sobrepujar as deficiências
de ter possuído tantos olhos, tantas cores.
Os perdi, como se foram os meus,
como se foi o tempo, a vida que se vai,
ficando apenas eu, pronto para luta...
Na imensa fé em Deus.