ALMOÇO NA CASA DO CIRILO

Francisco Alber Liberato

O Raimundo só acorda para pescar

Quando o peixe já cozido está

O Zé preá mais um rabudo foi caçar

Ele é muito desligado, demora vir almoçar.

Mais um carneiro espichado, muita correria.

A panela de ferro está estufando de alegria

Tem carne cozida, assada, buchada, sarapatel.

Na sobremesa tem quem coma meio litro de mel.

O Alber conta umas piadas velhas sem graça

A Cleudia finge que não viu e logo disfarça

Mais um burrego enjeitado, A Raíra toda faceira,

O coitado alimenta no bico da mamadeira.

Quando é inverno tem banho de açude

Quando é verão é aquele calorão

No espinhaço da menineira de longe se vê o grude

Seja qual for a estação tem amor no coração.

Quando menos se espera chega o amigo Washington

Desapeia da lambreta e diz que veio almoçar

O Cirilo fica feliz e diz: é assim que eu gosto

Vem gente de toda parte a comida da Aldenora apreciar.

Vem gente da Moça Branca, Pocinhos, Jericó,

Crateús, Contas, Independência, Irapuá, Oiticica,

Guaraciaba, Oliveiras, Palestina, Tamboril,

Quem gosta de chopp só sai no último barril.

A casa do Cirilo é modesta, mas a galera faz a festa.

Quero ver alguém reclamar da acolhida deste lugar

Tem zuada, brincadeira, amizade verdadeira.

Tem afeto e diversão, uns jogam bola; outros, pião.

Mais um domingo em ambiente familiar

Mais uma reunião no querido sítio singular

Todos gostam, é um lugar muito tranquilo.

E mais um almoço gostoso na casa do Cirilo.

Alber Liberato Escritor
Enviado por Alber Liberato Escritor em 19/08/2020
Código do texto: T7040417
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