Outra Vida

Mesmo que não seja nesta vida, meu amor

Ainda serás minha, algum dia, ainda que eu pegue outro voo

Talvez te encontre em um outro lugar, mas, sigo a te amar

Mesmo que não se lembre de mim, ainda sonharei contigo

Sentirei seu calor, a maciez de seus lábios a me acalmar

Que eu fique sozinho pelo resto da minha existência, só peço

Para que fique bem, se soubesse o quanto te prezo, se eu pudesse

Daria a ti, um castelo, um prédio, um arranha-céu completo

Diga o meu nome no sexto dia de minha ida,

Que suas lágrimas, ao caírem, entristecerá o sol,

E a lua lhe dará boas-vindas.

Cada passo dado, é mais um minuto afastado

Acredite quando digo que me enraiveço ao não estar do seu lado

Isolado, passo então a me mutilar, as dores da separação me lincham

E assim parto, para longe, para as montanhosas colinas, sem saber para onde

Mas, te deixo meu querido, e sofrido coração, sem rancores

O deixo para ti, para que ele fuja do monocromático, que conheça as cores

Entrego a ti também, um buquê de flores, silvestres, como o nosso amor

Um morango do Nordeste, louco, resistente, valioso, tanto quanto ouro.

Crio então, uma carta em dissonância

Sentimentos abalados pela distância

Perdi a harmonia, sinto-me perdido, como uma criança sem o seu abrigo

Perdi o futuro tão cobiçado, tão bonito, uma utopia sem razão ou juízo

Encontro-me aqui, abatido, morto, ferido, numa distopia sem sentido

Mas, guardo bem seguro, o seu sorriso, seus olhos coloridos

Seu amor ficará comigo para sempre, guardadinho

Então, sonhe comigo, que sonharei contigo até que eu fique velhinho

E a loucura me devore, e apague seus olhinhos de esquilo.