Sopro nas cinzas

Cinzas nuvens pelos céus

Passam lestas lado a lado

Cobrem minh'alma com véus

Desnudando-a no seu fado

Nesta tristeza sem par

Longe aqui de ti ausente

Ouço sinos a dobrar

Como quando morre gente!

Muda o tempo muda a hora

Muda o espirito que chora

E a tristeza se evapora

Vai! Afinal o tudo é nada

Vai! Tal como cinza apagada

Volta a nascer se soprada!

(Dedicado a meu pai que se foi, mas continua presente nas folhas da árvores)