Solo Meu Violoncelo

Na sala da criação empoeirada

A cortina dos moinhos de vento é pautada

Alisa corpo do cavaleiro andante no drama

A sonoridade expressiva na cena é chama.

O vento entra e toca a translúcida poeira,

Abraça o sonho e meu perfume respira.

Na revolução cata-ventos o celo é maestro,

O orquestral é capaz de dar toda emoção

Do melancólico ao dramático voa o coração.

As cortinas dançam leve no arco e acorda

Na obra maravilhosa que seduz nas cordas.

O som do cello, Bach suíte n°1, na paz elejo

O meu interior em sintonia com meu desejo.

Evoquei o cello e no arco eu supliquei

No doce pose abracei as ilusões me afoguei,

Na vibração do coração, no tempo perfeito.

A lembrança sucumbe no doce arco deleito.

E no concerto absorvo a plenitude,

Na extraordinária união da completude.

No palco do cello a projeção sonora pura

O maestro eleva nas nuvens a partitura.

O vento se descontrola no fim do concerto

A minha alma pausa na paz da recordação

Do instrumento musical da vida e paixão

Nunca esquecida, o conservatório e o elo

As aulas emocionantes do violoncelo.

O vento silencia a cortina com beijo belo

As minhas mãos me acordam sem o cello

E sem as teclas do piano que enciumado

Adentra na minha alma assinalando

Nas pontas dos dedos a dança da saudade.

Marli Franco
Enviado por Marli Franco em 08/11/2020
Código do texto: T7107186
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