Naufrágio

Meu amor naufraga nesse mar de sonho:

As noturnas vagas, raios, tempestade...

O meu peito indaga, num olhar tristonho,

se a procela apaga tanta iniqüidade.

Das soturnas plagas vem teu "vento" errante,

corta, como adaga, as velas da saudade

e abre minhas chagas na dor lancinante

que ao meu sonho afaga por pura maldade.

E em teu oceano de lágrimas frias

morro em desengano, sem poder voltar...

Já não faço planos, chego ao fim dos dias

por só ser humano, e não saber nadar...

Lá no fundo escuro hão de achar-me um dia

entre algum monturo; meus "restos" no mar:

"Barco tão seguro, naufragar não ia..."

Mas, no casco, um furo a te denunciar...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 28/10/2007
Código do texto: T712985